Há de ser (Jorge Vercillo e Milton Nascimento)


Há de ser bonito
Há de ser
Há de ser finito
Há de ser
Há de ser sereno
Há de ser perene
Há de ser efêmero


Há de ser pecado
Há de ser
Há de ser sagrado
Há de ser
Há de ser volúvel
Há de ser ambíguo
Há de ser altivo


Construirei nosso ninho
Nas paredes do penhasco
Pra que nenhum paparazzi
Ouse quebrar nosso casco
Nas pedras de uma caverna
Vou deixar a nossa história
Para que o vento do tempo
Não nos apague da memória


Há de ser impune
Há de ser
Há de ser insone
Há de ser
Há de ser escândalo
Há de ser relâmpago, ciclone


Há de ser exílio
Há de ser
Há de ser retiro
Há de ser
Há de ser luxúria
Há de ser promessa
Há de ser ternura


Cientistas e arqueólogos
Registrarão indícios
De que uma estranha energia
Paira por nossos vestígios
O sentimento resistirá
Aos tempos como fóssil
E o mundo então saberá
Que ali viveu o amor mais dócil


Construirei nosso ninho
Nas paredes do penhasco
Pra que nenhum paparazzi
Ouse quebrar nosso casco
Nas pedras de uma caverna
Vou deixar a nossa história
Para que o vento do tempo
Não nos apague da memória


Há de ser bonito
Há de ser
Há de ser finito
Há de ser
Há de ser sereno
Há de ser perene
Há de ser efêmero

Comentários

Postagens mais visitadas